“O desejo de ver-Te adorado,
tanto invade o meu coração
Que eu quisera estar noite dia, a
teus pés em humilde oração!”
Paróquia Santo Antônio celebra a solenidade dos Santíssimos Corpo e
Sangue de Cristo
A tradicional solenidade dos Santíssimos
Corpo e Sangue de Cristo, popularmente chamada de Corpus Christi, foi celebrada,
na paróquia Santo Antônio, sé diocesana, com os tradicionais tapetes de
serragem. Foram celebradas 3 missas na catedral, às 7h, 10h e 15h, sendo este
último horário, a missa solene com a procissão.
Os católicos começaram a dedicar
um dia específico para demonstrar a devoção no Cristo Eucarístico na Idade
Média, no ano de 1264, com a bula Transiturus
de mundo do papa Urbano IV. A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII,
na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont
Cornillon, que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa
litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia. Aconteceu que quando o padre
Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em
Bolsena, Itália, ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram
a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Dizem que isto
ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de
Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as
relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa
encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia
eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Em 1317, o Papa João XXII
publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em
procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus
Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o
domingo da Santíssima Trindade.
A celebração solene em Campanha
foi presidida pelo pároco, Pe. Luzair Colelho de Abreu, chanceler do bispado, e
animada pelo Coral Catedral. Em sua reflexão, pe. Luzair começou explicando aos
fieis o real sentido da celebração. A Eucaristia é o centro da vida e da missão
de Jesus entre nós. Ele veio fazer de nós uma comunidade de pessoas solidárias
que se amam, se ajudam e vivem em comum-união e na partilha.
O clérigo também lembrou um rito
muito significativo da páscoa judaica. “A páscoa judaica se dá com a celebração
em torno da figura do pai. Ao reunir a família, num dado momento, era instigado
pela figura do mais novo da família: ‘O que significa este rito?’ Olhando para
a páscoa de Jesus, com seus discípulos, certamente ela se deu nesse contexto,
nesse formato da páscoa judaica. Jesus como aquele pai de família que se
apresenta para sua comunidade; eles reunidos em torno do banquete, o mais novo
certamente fez a mesma pergunta; o mais provável era que tenha sido João, o
evangelista: Jesus, o que significa este rito?”
Continuou recordando que a
Vigília Pascal provavelmente segue o mesmo esquema da páscoa judaica,
principalmente na escolha dos textos bíblicos que são utilizados, pois dão uma
visão geral da história do povo judeu. Pe. Luzair convidou os fieis a se
perguntarem como eles estão celebrando a Eucaristia, pois essa é um
questionamento que todos devem se fazer sempre que participam da missa.
“Jesus, ao deixar a Eucaristia,
nos deixa a Eucaristia como um memorial. Não como um memorial morto, não como
um passado! Esse memorial instituído por Jesus não é um acontecimento, não são
cinzas de uma pessoa ilustre. Não! Esse memorial é uma pessoa viva, presente no
meio do povo: é Jesus Cristo! Jesus se faz presença no nosso meio! E a
Eucaristia é o grande memorial dessa presença. Jesus está presente realmente no
altar, quando celebramos a santa Eucaristia.[...] A Eucaristia dá a nossa
identidade, a base para que nós sejamos povo de Deus, para que sejamos povo
cristão, para que sejamos realmente discípulos de Jesus. A Eucaristia é
memória, a Eucaristia é presença! [...]”
Após a missa, deu-se início a
procissão com o Santíssimo Sacramento. Os fieis das diversas pastorais e
segmentos se esmeraram na confecção dos tapetes para a passagem da procissão. O
trabalho iniciou-se com o raiar do sol e terminou por volta do meio dia. E os
moradores das casas por onde foi o trajeto da procissão também enfeitaram as
janelas com toalhas e jarros com flores.
Reportagem: Flávio Maia - PASCOM/Campanha
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