menu superior

segunda-feira, 13 de junho de 2016

O pão de Santo Antôno




O pão de Santo Antônio


A figura de Santo Antônio está muito ligada com o pãozinho de Santo Antônio que é abençoado e, muitos de nós deixam no vasilhame de mantimento para que não falte alimento durante o ano. Mas você já parou para pensar qual a origem desse costume?

Uma primeira vertente é que esse costume tem origem naquilo que chamou a atenção do agostiniano Fernando para a ordem de São Francisco. Fernando ficou impressionado com o despojamento dos frades mendicantes de Francisco pedindo alimento e distribuindo-o aos pobres. Fernando se transferiu da ordem agostiana para os franciscanos e passou a chamar-se Antônio. Junto com Francisco e os demais frades passaram a distribuir alimento aos pobres e necessitados.

Não podemos também nos esquecer do mandamento de Jesus, que se autodenominou o Pão da Vida, o alimento verdadeiro.  Jesus se pão para nós na última ceia, e, ao nos alimentarmos desse pão em todas as celebrações eucarísticas, nos alimentamos do próprio Jesus.

Um outro fato, esse mais recente, aconteceu na França. A piedosa senhora Luisa Bouffier, uma obscura dona de uma mercearia da cidade de Toulon, dirigia-se, um dia, para o pequeno armazém onde guardava os gêneros de seu modesto comércio; mas por mais diligências que empregasse, não lhe foi possível abrir a porta. Mandou chamar um serralheiro, o qual, durante mais de uma hora, se empenhou no mesmo sentido, mas sem resultado algum. Evidentemente, tornava-se necessário forçar a porta, arrombando a fechadura, e o oficial foi à oficina buscar os instrumentos necessários para esse fim.


Entretanto, a senhora Bouffier, na sua fé de verdadeira crente, promete a Santo Antônio que, se a porta ceder sem ser preciso arrombá-la, dará aos pobres alguns quilos de pão, em honra ao Santo. Volta o oficial; e, antes de proceder ao arrombamento, experimenta, ainda uma última vez, dando volta à chave. E a porta cedeu com a máxima facilidade.

Daí em diante a senhora Bouffier recorre a Santo Antônio em todas as dificuldades da vida. O exemplo é seguido por muitas outras pessoas; multiplicam-se as petições ao Santo, acorrem a dar-lhe graças numerosos devotos beneficiados com os seus favores, recolhem-se esmolas avultadas, que se empregam em matar a fome a um grande número de pobrezinhos. A modesta loja da senhora Bouffier toma o aspecto do mais devoto e frequentado oratório; e a pequena imagem do grande santo português é ali diariamente visitada por inúmeras pessoas, que vão depositar aos pés do Santo o óbolo da sua gratidão, que, se muitas vezes é uma moeda, só valorizado pela fé da pobre viúva do Evangelho, não raro atinge também as proporções da grande esmola do rico negociante, ou do capitalista milionário.

Foi assim que teve origem a "Obra do Pão dos Pobres de Santo Antônio." Primeiro Toulon, em seguida, outras das principais cidades da França, Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, Bélgica, de toda a Europa; mais tarde a América, a Ásia e a África.

Na paróquia Santo Antônio, em Campanha, sé diocesana, essa tradição se mantém viva ao longo dos anos graças ao apoio de todas as padarias da cidade, que fazem questão de doar os pães que serão ofertados aos fieis. Cada fiel recebe um saquinho com dois pães. E o excedente é sempre doado para alguma instituição beneficente da cidade. O intuito é que o fiel ao receber dois pães, consuma um, fazendo uma oração, fazendo seus pedidos e pedindo pelo próximo; e, coloque o outro pão, no vasilhame do mantimento, geralmente arroz ou feijão.

E é bom lembrar que o pão de Santo Antônio é um alimento abençoado. Ao realizar a troca anual do pão que está no vasilhame, este não seja descartado e sim enterrado.



Texto: Flávio Maia - Pascom/Campanha





Nenhum comentário:

Postar um comentário