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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Ordenação Presbiteral Diácono Cleiton Evaristo


Ordenação Presbiteral do diácono
 Cleiton Gregório Evaristo
“Farei de ti pescador de homens” (Mt 4,19)

 

 

A manhã do último sábado, dia 11 de fevereiro foi de grande festa para a diocese de Campanha, com a ordenação presbiteral do diácono Cleiton Gregório Evaristo, realizada na Catedral Santo Antônio. A celebração foi presidida pelo bispo diocesano D. Pedro Cunha Cruz e contou com a presença de grande parte do clero diocesano, bem como padres do estado de São Paulo e da Bahia.

A paróquia de Campanha recebeu caravanas convidadas pelo diácono, sendo as principais de Varginha, cidade natal de Cleiton; da vizinha Monsenhor Paulo, onde realizava atividade pastoral aos fins de semana; além de Taboão da Serra (SP), São Paulo (capital) e da Canção Nova.

 


O diácono Cleiton chamou para padrinhos de sua ordenação José e Maria Inez, Pérsio e Andréia, Emanuel Stênio (comunidade Canção Nova) e Gabrielle, Geralda e Eudicéia (psicóloga que integra a equipe formativa do Seminário N. Sra. das Dores). Do clero diocesano, o diácono escolheu como padrinhos Mons. José Maria Araújo, Pe. José Honório e Pe. João Carlos.


O rito de ordenação

Após a proclamação do Evangelho, o diácono chama o ordenando, com as seguintes palavras: “Queira aproximar-se o que vai ser ordenado presbítero”. E, em pé, o candidato coloca-se diante do bispo, como sinal de prontidão, dizendo: “Presente”. Em seguida, um presbítero pede ao bispo que ordene este irmão para a função de presbítero. O bispo, então, interroga se o candidato é digno deste ministério. O presbítero responde, que após ter averiguado junto ao povo de Deus e ouvido os responsáveis, com convicção declara ser testemunha de que este candidato foi considerado digno. Tendo esta resposta, o bispo diz: “Com o auxílio de Deus e de Jesus Cristo, nosso Salvador, escolhemos este nosso irmão para a Ordem do Presbiterado”. E todos dizem: “Graças a Deus”. Dando sequência, o bispo fala ao povo de Deus.

Após a homilia, o eleito, em pé, responde aos questionamentos do bispo, confirmando que está disposto a desempenhar bem a missão de sacerdote e por fim, promete obediência ao bispo. O Bispo convida o povo a rogar a Deus Pai que derrame com largueza a sua graça sobre este seu servo, que ele escolheu para o cargo de presbítero. O eleito se prostra, como sinal de sua total entrega a Deus.

 
 
Na sequência é feita a imposição de mãos e a prece de ordenação (oração consecratório). No silêncio do coração, o bispo e todos os presbíteros presentes pedem a Deus pelo ordenando. Esse, fica de joelhos, em silêncio, enquanto o bispo impõe as mãos sobre sua cabeça, seguido por todos os presbíteros. Depois do longo silêncio, o bispo reza ou canta a oração da ordenação, na qual são citadas as principais tarefas do sacerdote.
 
 
 
 
A última parte do Rito de Ordenação apresenta alguns símbolos, ricos em significado e que indicam o ministério sacerdotal da Ordem. Terminada a Prece de Ordenação, o eleito, com o auxílio de um ou dois presbíteros, é revestido com a estola sacerdotal e a casula. Em seguida, de joelhos, a palma das mãos do ordenado é ungida pelo bispo com o óleo do santo Crisma.
 
 
 
  

Logo após, o bispo amarra as mãos do ordenado, e, onde for costume, é desamarrada por quem receberá a primeira bênção sacerdotal. Na ordenação de sábado, pe. Cleiton concedeu sua primeira bênção aos seus pais

 
 
 
 
 
 
 
 
Em seguida, os fiéis trazem o pão na patena, e o vinho e a água no cálice, para a celebração da Missa. O diácono os recebe e entrega ao bispo, que os entrega ao Ordenado, ajoelhado diante de si, dizendo: “Recebe a oferenda do povo para apresentá-la a Deus. Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao mistério da cruz do Senhor”.

 
 
 
 
 
Por fim, como sinal alegre de acolhimento ao neossacerdote, o bispo e o colégio dos presbíteros presentes o abraçam. Segue, então, a liturgia eucarística, onde o ordenado exerce, pela primeira vez, o seu ministério, concelebrando-a com o bispo e os outros membros do presbitério.
 
 
 
Pe. Cleiton

Cleiton Gregório Evaristo é natural de Varginha. Desde 1992 participa ativamente da vida eclesial na paróquia de Santana: grupo de jovens, tocando em grupo de oração (até hoje tem o vilão que sua mãe lhe deu, trouxe de Aparecida), teatros, catequese e outras atividades. Dessas atividades surgiu o interesse em participar dos encontros vocacionais com os padres do Sagrado Coração de Jesus (os Dehonianos – responsáveis pelas paróquias do Divino Espírito Santo e N. Sra. do Rosário em Varginha). Com toda essa atividade vocacional, a Pastoral Vocacional em Varginha, passou a prestar atenção no jovem Cleiton.

De 2002 a 2004 fez uma experiência missionária no Mato Grosso. Retornando a Varginha, fez um ano de atividade pastoral na paróquia N. Sra. de Guadalupe (bairro Imaculada). À época, o pároco era Pe. Rogério Ferreira da Silva (atual pároco em Carmo de Minas).

A caminhada do pe. Cleiton ao presbiterado em nossa diocese começou no ano de 2006, quando foi admitido no seminário propedêutico em Três Corações. Como o seminário N. Sra. das Dores estava em reforma, o curso de Filosofia estava sendo ministrado no Seminário São José (Três Corações). O curso foi concluído já aqui em Campanha, em 2009.

Ficou afastado dos estudos eclesiásticos nos anos de 2010 e 2011 discernindo melhor sua vocação. E, em 2012, ingressou no seminário interdiocesano Maria Mater Eclesiæ do Brasil, administrado pelos Legionários de Cristo. O curso foi concluído em 2015.   


O ano de 2016 marcou o retorno de Cleiton para a diocese. Procurando d. Pedro e manifestando o desejo de retornar ao Sul de Minas, fez a solicitação ao bispo, que foi aprovada pelo Conselho Presbiteral. Em maio do ano passado passou a residir com o bispo no palácio episcopal São José. A ordenação diaconal foi em 28 de agosto.

Pe. Cleiton Gregório Evaristo irá iniciar seu ministério sacerdotal na paróquia São Gonçalo do Amarante.

Agradecimento

Ao final da celebração, o neossacerdote dirigiu um agradecimento ao bispo e aos padres da diocese de Campanha. Também agradeceu os padres dehoniados pelo despertar vocacional e os Legionários de Cristo, pelo discernimento e amadurecimento no amor pela igreja.

“Agradeço aos meus pais, José e Maria – deixa-se a casa, mas não se abandona o coração. Gratidão por cuidarem de mim. Permitam que eu cuide de vocês através do sacerdócio que me foi confiado, oferecendo-vos Cristo, em cada Santa Eucaristia. Igualmente agradeço ao meu irmão e às minhas irmãs, sobrinhos, cunhados e familiares: seja Cristo o motivo de nossa vitória sempre! ”

Também dirigiu uma palavra especial aos seminaristas: “Amigos seminaristas, prometi e agora me comprometo: CONTEM SEMPRE COMIGO! Deus abençoe o caminhar de vocês. Sim! Vale a pena deixar tudo para ganhar Aquele que é TUDO!

“Amigos estimados de Campanha, abraçaram minha ordenação como se desta terra eu pertencesse. Agradeço todo esforço de vocês para realizar tão bonita festa. Obrigado pelos momentos de convivência e por podermos partilhar nossa fé em Cristo Jesus. Deus devolva em dobro todo bem que a mim fizeram neste tempo que aqui estive”
 
A homilia de D. Pedro (fragmentos)

É sempre uma alegria para uma igreja particular quando ela ordena um sacerdote. E essa expressão de alegria, é sinal de que o nosso povo quer a sua santificação por aquilo que representa a eleição de Deus na nossa pobre humanidade. Por isso permanece um mistério o chamado e a eleição de Deus quando nós reconhecemos em nossa consciência a pequenez de nosso ser em dizer “SIM”. Mas Deus, portanto, quer perpetuar aquela eternidade do sacerdócio já bem descrito no Antigo Testamento, que tinha um modelo, Melquisedec, mas que se torna paradigma referencial do sacerdócio pleno e perfeito de Cristo Jesus da Nova Aliança.

 
O sacerdote tem essa função de ser ponte, de ser eleito por Deus, como nós vimos no curso da Liturgia da Palavra, que nós podemos associar com o tema do Espírito e Palavra.

Esse texto do poeta Isaías [fazendo referência à I Leitura Is 61,1-3a] que, aparentemente, é um texto repetitivo, pois nós usamos em muitos sacramentos da Igreja, dentre os quais os ministérios ordenados e a crisma. Mas a cada vez que nós voltamos à beleza desse capítulo 61 de Isaías, retiramos coisas novas. A Palavra de Deus, sendo eterna, não cai na caducidade. Podemos sempre colher os frutos que ela mesmo proporciona em cada um de nós. [...] Todo o desempenho do nosso ministério sacerdotal será guiado se nós formos suscetíveis a esse mesmo Espírito. E o Espírito não é dado em vão. Mas ele tem uma função: fazer com que aquele ungido tenha uma fidelidade em relação à Palavra de Deus.
 

O próprio Cristo, no Evangelho de hoje, em comunhão com o Pai, sendo ele todo ele em sua missão guiado pelo Espírito, na comunhão plena da Trindade, chama os discípulos pela sua Palavra. O fragmento de Isaías atesta que Deus chama o profeta por meio de sua Palavra. A Palavra de Deus chama cada em termos pessoais, revelando, assim, que a própria vida, é vocação em relação a Deus. Isso significa que quanto mais aprofundamos nossa relação pessoal com Ele e seu filho Jesus Cristo tanto mais nos damos conta de que ele nos chama pela Palavra e pela presença de seu Espírito à santidade, através de opções definitivas, pelas quais a nossa vida responde ao seu amor, assumindo funções e ministérios para edificar a Igreja.

 
Bispos, presbíteros e diáconos não podem, de forma alguma, viver sua vocação e missão sem o decidido e renovado compromisso de santificação que tem em seus pilares, o contato com a Palavra, como ouvintes atentos e praticantes.

Na exortação pós-sinodal ‘Pastores dabo vobis’ [Dar-vos-ei pastores, 25 de março de 1992], São João Paulo II recordou que “Antes de mais, o Sacerdote é ministro da Palavra de Deus, é consagrado e enviado a anunciar a todos o Evangelho do Reino, [...]” [n. 26] à semelhança do profeta da I Leitura, [...]. Com a mesma alegria no nosso ser, que diz Sim a Deus, celebrado, portanto, no rito da ordenação. “O sacerdote deve ser o primeiro a desenvolver uma grande familiaridade pessoal com a Palavra de Deus” [n. 26]. Ser amigo de Deus e ouvinte de sua Palavra. “Precisa de se abeirar da Palavra com o coração dócil e orante, a fim de que ela penetre a fundo nos seus pensamentos e sentimentos e gere nele uma nova mentalidade - "o pensamento de Cristo" (1 Cor 2, 16) ”. [n. 26]

A unção sacerdotal nos assinala tão forte que nosso pensar deve ser pautado no Cristo. Desse modo, nossas palavras, opções e atitudes, devem ser cada vez mais uma transparência, um anúncio e um testemunho do evangelho, como diz o papa Emérito Bento XVI, na Verbum Domini n. 80.

 
 
 
“Farei de vós pescadores de homens” [lema de ordenação de pe. Cleiton Evaristo] remonta a Jesus mesmo e exprime a perspectiva originária da vocação do discipulado. A sua resposta deve ser pronta e generosa. A pessoa de Jesus merece que se abandone tudo para segui-Lo. O chamado de Jesus no evangelho de hoje [Mt 4, 18-22] é inspirador para todos os cristãos, especialmente para todos os consagrados. Por fim, queremos entregar a vida e o ministério sacerdotal do diácono Cleiton aos especiais cuidados da Virgem de Lourdes, cuja memória hoje lembramos. Nosso ministério só encontrará força e será fecundo se imitarmos a mãe de Deus, que meditava assiduamente as palavras e os fatos da vida de seu filho. Aprendemos com ela a nada antepor ao amor de Cristo, como dizia São Bento. A Igreja hoje tem extrema necessidade do testemunho de quem se compromete como Maria, a dar um sim alegre e definitivo a Deus!


PASCOM/Paróquia Santo Antônio – Campanha
Reportagem fotográfica completa disponível na fan page https://www.facebook.com/paroquiasantoantonio.campanhamg/