Dom Pedro Cunha Cruz preside
celebração na Catedral de Campanha e crisma 113 jovens
A
tarde deste sábado, 3 de junho foi especial para 113 jovens da paróquia Santo
Antônio, sé diocesana. De todas as comunidades da paróquia (zonas urbana e
rural), esses jovens receberam o sacramento da Crisma, confirmando sua opção no
seguimento do Evangelho e na missionaridade da Igreja.
Vigília de Pentecostes
Etimologicamente,
vigília tem origem no Latim vigilia,
“ato de velar, de prestar atenção”, de vigil,
“acordado, cuidando, vigilante”. Para os católicos a vigília é uma antecipação
da solenidade. É um estar atento, vigilante para aquilo que será celebrado. Algumas
das solenidades do calendário litúrgico são precedidas por vigílias: Natal do Senhor,
Pentecostes, Natividade de João Batista, São Pedro e São Paulo e Assunção de
Maria. Lembrando que a principal celebração do ano litúrgico é a Solene Vigília
Pascal.
As
vigílias surgiram como celebrações feitas durante a noite, na madruga, a
exemplo do Cristo que costumava rezar durante toda a noite. Ainda hoje muitos
mosteiros rezam todos os dias antes do amanhecer o Ofício de Vigílias, como diz
o Salmo 88 (Sl 88, 1): Acordar de madrugada para rezar.
A
Vigília da Páscoa, ligada historicamente à Iniciação Cristã, tem por natureza,
uma dimensão de intimidade. Começa fora e conduz para fora do templo. A Vigília
de Pentecostes, ligada ao nascimento da Igreja e à sua missão, faz o movimento
de dentro para fora. É o convite aos que testemunharam a Ressurreição a saírem
e a darem testemunho desta vida que vence a morte. As leituras da Vigília de Pentecostes são diferentes da missa do dia: Ez 37, 1-14 (são sugeridas outras 3 opções à escolha), Sl 103, Rm 8, 22-27, Jo 7, 37-39.
A apresentação dos crismandos
Após
a proclamação do evangelho, o pároco, Pe. Luzair Coelho de Abreu, apresentou os
crismandos ao bispo, conforme preceitua o
ritual. Foi um momento de diálogo do bispo com os jovens que serão crismados.
Pe. Luzair:
Excelentíssimo e reverendíssimo D. Pedro Cunha Cruz, bispo de nossa querida
diocese, quero apresentar ao senhor nossos catequizandos para o sacramento da
crisma.
D.
Pedro: Caro cônego Luzair, muito me alegre por apresentar-me esses irmãos e irmãs
que percorreram esse itinerário catecumenal crismal. Alegria é minha, também é
do pároco! Todos vocês hoje vão contar com o apoio da Igreja. É esse apoio que
nós pedimos, dos pais, da família, dos padrinhos e madrinhas e de toda
comunidade aqui presente. Hoje pela manhã, em reunião com o CODIPA, falava para
os diversos coordenadores dos vários segmentos pastorais de nossa diocese,
falava sobre essa responsabilidade que o padre tem quando apresenta os
crismandos ao bispo. Ele, como pastor da comunidade, caminhou com vocês do
início ao fim. Como o pastor deve conhecer cada ovelha, ele que apresenta ao
bispo as ovelhas do rebanho que percorreram esse itinerário. Vocês foram
perseverantes! Chegaram ao fim desta etapa! Serão ungidos logo mais com o dom
do Espírito Santo num dia de muito significado para a Igreja no mundo inteiro.
A Vigília de Pentecostes é uma vigília importantíssima para o calendário
litúrgico católico. E, recebendo, portanto, esse dom do Espírito Santo na
celebração de hoje, esse dia se reveste de um significado ainda mais forte,
maior, para vocês que são privilegiados. Eu mesmo gostaria de ter sido crismado
em uma missa da vigília ou no dia de Pentecostes. Vocês têm esse elemento
diferencial! É o segundo ano que celebro crisma na Catedral na Vigília de
Pentecostes. [...] O padre precisa de colaboradores. O Espírito não é dado em
vão! Ele quer que vocês trabalhem nessa obra profética e missionária e que
tanto necessitamos! Aí sim, o Espírito Santo vai ser tão eficaz na vida de
vocês. Para que vocês possam ser enviados em missão, para que vocês demonstrem
ao bispo e a toda comunidade aqui reunida que vocês estão prontos para
receberem o Espírito e para profetizarem, falarem em nome de Deus a partir da
recepção deste sacramento, deste dom, eu quero que vocês digam:
Crismandos:
EIS-ME AQUI SENHOR!
Rito da Crisma
Após
a homilia, é feita a Renovação das Promessas Batismais, momento em que os
crismandos, renovam as promessas que seus pais e padrinhos fizeram no Batismo,
agora de maneira pessoal. Em seguida, é feita a Oração de Invocação do Espírito
Santo com Imposição de Mãos: o bispo faz a oração pedindo a Deus que envie o
seu Espírito sobre os crismandos. Esta oração é acompanhada da imposição das
mãos, gesto muito frequente no início da Igreja. Este gesto de invocação do dom
do Espírito Santo significa também que Deus escolhe e consagra para uma missão.
Concluindo o rito
é feita a unção crismal. Na unção do óleo do crisma, o jovem é investido,
autorizado e consagrado para uma missão: a missão de Jesus Cristo. Por isso,
recebe a força, o poder do Espírito Santo. O bispo unge a fronte do crismando
traçando o sinal da cruz, dizendo: “Recebe por este sinal o Espírito Santo, Dom
de Deus!”
Bênção Final
Antes
da bênção final, a coordenadora da catequese, e também catequista de Crisma,
Da. Graça Benedito, dirigiu palavras de agradecimento ao bispo em nome da
comunidade paroquial. Dom Pedro fez questão de chamar as catequistas à frente
do presbitério e dirigiu-lhes palavras de agradecimento e reconhecimento pelo
trabalho que desenvolvem na paróquia.
Homilia da missa (fragmentos)
“Ezequiel
tem consciência que ele tem que ter o Espírito Santo de Deus, que é o
sustentáculo de sua ação profética no meio do povo. Uma geração, como Jesus
diria, rebelde: não quer aceitar os sinais de Deus na vida. [...] O Espírito Santo
dá vida. O profeta, em nome de Deus, fosse dar aquele sopro que Deus nos deu no
ato da criação de Adão; criou uma ossada com carne [...]. E agora, o profeta
vai como que repetir esse gesto, de soprar, de invocar o Espírito Santo que vai
vivificar aqueles corpos, aquelas ossadas, expostas, ressequidas pelo sol.
Muitas vezes quando estamos desfalecidos, é o Espírito Santo que nos reanima.
Quando você fala: “Senhor bispo, tal pessoa está desanimada”. Des-anima: no
latim significa uma pessoa que está morta, então ela não tem mais a presença da
alma. Alma é que mobiliza o corpo, alma é que nos faz pensar, falar, andar; o
corpo sem alma é um corpo desfalecido. Então, Deus na sua misericórdia, vai dar
alma a esse povo que, pelos seus pecados, não merecia.“
“O
Espírito Santo é a vida propulsora, dinâmica da Igreja. Mas, por fim, o
Espírito é dado não para nós cruzarmos os braços, como vimos na Liturgia da
Palavra no domingo passado. Ele nos é dado para que nós possamos sair. É o
Espírito que nos faz sair! O Espírito que é o hálito de vida! [...] É o que eu
peço para vocês hoje, inspirados na Palavra de Deus. Eu vim aqui ungi-los, não
para vocês terem uma fotografia bonita
registrada, terem mais um padrinho ou madrinha; isso é importante. Eu vim aqui
ungi-los para vocês possam sair imediatamente, para que vocês possam
evangelizar nos ambientes de vocês. Evangelizar o lugar em que vocês vivem, os
lugares onde vocês passam. Aí sim vocês estarão se permitindo serem instrumento de Deus, serem
dóceis ao Espírito Santo.“
“A
segunda leitura, retirada da carta de Paulo aos Romanos, trata da relação do
Espírito com a Oração. Por isso, essa semana que antecede a solenidade de
Pentecostes, é chamada de Semana de Oração pela Unidade de Cristãos. [...]
Muitas vezes nós não sabemos o que pedir, como rezar, simplesmente porque não
nos abrimos ao Espírito Santo. O Espírito intercede em nosso favor com gemidos
inefáveis. Ele é aquele que penetra no íntimo dos corações! [...] Quando
estiver impondo as mãos sobre vocês é esse Espírito que vai lá no íntimo do
mais íntimo de cada um, do coração, da alma, e vai tocá-los com esse fogo
abrasador para que vocês entendam que é Jesus! Sem o Espírito não entendemos
quem é Jesus! [...]”
“Cada
um pode depois dizer a mim, ao Pe. Edinho, ao Pe. Luzair: “Eu tenho muita
dificuldade em saber onde devo atuar com a minha unção, o que eu posso fazer
pela Igreja, o que eu posso fazer como uma pessoa ungida. Como é que eu posso
multiplicar pelo menos um dom”. Quando eu estiver invocando os dons do Espírito
Santo, vocês não podem duvidar que pelo menos um dom vocês vão receber! Não
duvidem disso! [...] Agora, se vocês não multiplicarem o dom que receberam, já
não é problema do Espírito! É problema nosso, que muitas vezes somos movidos
por uma preguiça espiritual. O que significa isso? Ter o dom do Espírito e não
deixá-lo agir e atuar em sua vida, porque muitas vezes somos preguiçosos. Não
queremos uma fé compromissada e dinâmica. Não queremos uma fé de um
discipulado, uma fé da missão.“
“É
isso que nós queremos de vocês! Vocês vão sair daqui cheios do Cristo, cheios
da unção para que possam, então, transportar esse Cristo através da vida de
vocês! [...] Vocês, por favor, não decepcionem o dom do Espírito de vocês!
Deixem o Espírito atuar através de vocês! Sejam instrumento desse Espírito! Eu
quero que cada um seja a voz de Cristo em seu ambiente. Vocês vão sair daqui perfumados,
cheios do óleo da unção! Eu vou ungir a fronte de cada um com o óleo formando
uma cruz, [...] com o óleo perfumado, é o bálsamo, é o cheio de Cristo, é o
odor agradável de Cristo!”
Fonte: PASCOM/Paróquia e Catedral Santo Antônio