Servo de Deus Dom Othon Motta:
início do processo de beatificação
início do processo de beatificação
Em celebração onde estavam presentes grande parte do clero diocesano,
leigos de diversas paróquias e familiares de D. Othon, foi feito o
reconhecimento canônico de seus restos mortais e instalado solenemente o
Tribunal para a Causa de Beatificação do Servo de Deus.

Em sua homilia, D. Pedro recordou
que, logo que chegou à diocese, teve conhecimento das virtudes de Dom Othon
pelo relato de fieis que foram cumprimentá-lo, destacando quem ambos eram
naturais do Rio de Janeiro. “Eu estava
ouvindo um áudio quando D. Othon estava deixando a diocese. Senti a expressão
de seu amor pela diocese, e, ao mesmo tempo, um coração muito abnegado, reconhecendo
que não tinha mais condição de conduzi-la, de estar à frente com seu cajado. Ele reconheceu que era o
momento de passar o cajado, com muita humildade, como deve ser o nosso
ministério, um ministério de desprendimento. [...] A qualidade do pastor é
aquela de aceitar sua condição humana. [...]. Isso é muito bonito observar!
Somos corações desprendidos! [...]”
![]() |
Postulador da Causa - Paolo Vilotta |
A animação da celebração ficou a
cargo do Coral Catedral, presença sempre marcante nas celebrações solenes da
Paróquia Santo Antônio.
O translado dos restos mortais
Dom Othon Motta estava enterrado
na cripta da Catedral Santo Antônio de Campanha. Em uma cerimônia privada, onde
participaram o bispo, o postulador e o promotor da causa de beatificação, o corpo
de Dom Othon foi exumado. Esta é uma fase obrigatória no processo, pois
comprova, de fato, a existência do servo de deus.
Feita a exumação, os restos
mortais foram colocados em uma urna de acrílico que permaneceu coberta durante
toda a celebração. Após a comunhão, iniciou-se o processo de reconhecimento
canônico e translado. Pe. Luzair Coelho de Abreu, chanceler da cúria, fez a
leitura solene da ata de reconhecimento que foi assinada pelos bispos
presentes, por representantes do clero, por um sobrinho de D. Othon e pelo
prefeito municipal. Uma cópia da ata foi depositada junto aos restos mortais e
em seguida procedeu-se o lacre da urna de acrílico.
A urna de acrílico foi colocada
em outra urna, agora de madeira, que também foi lacrada. Iniciou-se a procissão
pelo corredor central da Catedral em direção ao sarcófago construído para guardar
os restos mortais de D. Othon Motta. O local escolhido foi logo na entrada do
templo. Dom Pedro abençoou o novo túmulo e, após ser lacrado, fez a incensação.
A instauração do tribunal

O Tribunal para a causa de beatificação
é constituído pelo Pe. Marco Antônio Iabrudi Filho, juiz delegado, pároco da
paróquia N. Sra. da Conceição de Aiuruoca; pe. Bruno César Dias Graciano,
promotor de justiça, pároco da paróquia S. Lourenço; Francisco Custódio Neto, notário
atuário; Leonardo Gonçalves Lima,
notário adjunto; Paolo Vilotta, postulador.
Dom Pedro Cunha Cruz, juntamente
com cada um dos membros do tribunal prestaram juramento solene perante o clero
e assembleia e o Santo Evangelho. Prometeram serem leiais à causa e guardarem
sigilo sobre os atos que tomarem ciência.
Sobre as funções dos membros do Tribunal:
Juiz delegado: é o representante
direto do bispo no processo. É um sacerdote competente em matéria teológica,
canônica, e também histórica.

Notário: Transcreve as
declarações das testemunhas e redige os autos do Inquérito segundo as
indicações do Delegado Episcopal. É a única função que pode ser desempenhada
por leigos. No tribunal pela causa de D. Othon foram nomeados dois notários: o
notário atuário e o notário ajunto.
Andamento do processo
Conforme o promotor da Comissão,
pe. Bruno César Dias Graciano, pároco da paróquia São Lourenço, deverão ser
ouvidas cerca de 35 a 40 testemunhas. Além disso, é necessário reconstruir a
história do bispo através de documentos. O responsável por fazer a ligação
entre a equipe diocesana e a Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano,
é o postulador, o italiano Paolo Vilotta. Além do processo de D. Othon, Paolo
está acompanhando os processos de canonização de Pe. Victor e Nhá Chica, que
precisam da comprovação de mais um milagre para serem considerados santos; e o
processo de canonização da Madre Tereza Margarida, a Nossa Mãe, freira
carmelita do carmelo de Três Pontas.
As missas do dia 4

Oração pela beatificação de Dom
Othon Motta:
Ó Trindade Santa, fonte de toda
santidade, nós vos louvamos pela vida de vosso servo, Dom Othon Motta, Pastor
do vosso rebanho, que a todos mostrou a vossa ternura e misericórdia, dai-nos a
graça de viver a caridade fraterna, dando especial atenção aos mais
necessitados e frágeis. Concedei, também, que por sua intercessão alcancemos a
graça especial de que tanto necessitamos (em
silêncio apresentar a intenção), se for com o nosso bem e nossa salvação, e
que um dia possamos vê-lo inscrito entre os vosso santos. Por Cristo, Nosso
Senhor. Amém.
Pe. Bruno César comenta que nesta
fase do processo, há uma série de despesas que precisam ser cobertas pela
comissão de postulação. Caso algum fiel queira fazer uma doação, a conta
bancária é na Caixa Econômica Federal, agência , conta
Dom Othon
Dom Othon Motta é carioca,
nascido em 12 de maio de 2013. Realizou seus estudos clericais em seminários do
Rio de Janeiro e São Paulo. Foi em 12 de janeiro de 1936, sendo imediatamente
designado professor no Seminário São José do Rio Comprido, da Arquidiocese do
Rio de Janeiro, onde também foi Diretor Espiritual. Também fez parte do cabido
de cônegos da Arquidiocese carioca. Em 10 de março de 1953, foi eleito bispo
titular de Uzita, sendo sua ordenação episcopal em 24 de maio de 1953 e nomeado
bispo auxiliar de Juiz de Fora. Em 1955, foi nomeado bispo auxiliar do
Arcebispo do Rio de Janeiro. Em 30 de maio de 1959 foi designado bispo coadjutor
da Campanha, com direito à sucessão, o que ocorreu a 16 de maio de 1960, quando
sucedeu a Dom Frei Inocêncio Engelke ofm. Foi pastor zeloso, competente,
modesto, afável e acessível a todos. Realizando as visitas pastorais,
percorreu, por várias vezes, todo o território de seu bispado. Em 16 de janeiro
de 1982, renunciou ao bispado da Campanha. Vitimado pela Doença de Parkinson,
faleceu em 4 de janeiro de 1985. Seu lema episcopal foi: “In vínculis
caritatis” – “nos vínculos da caridade” (Oséias 11,04).
Texto e fotos: PASCOM/Campanha
Reportagem: Flávio Maia
Fotos: PASCOM/Campanha
Nenhum comentário:
Postar um comentário