Jesus sela um pacto de amor
com os seus filhos
A quinta-feira santa foi intensa
para os fiéis que participaram dos ofícios litúrgicos na Catedral Santo
Antônio. Nesse dia, são celebradas duas missas pontificais: pela manhã, a Missa
Crismal, também chamada de Missa da Unidade; e à noite, a celebração da Ceia do
Senhor.
A missa crismal
A Missa do Crisma (Missa Crismal)
tradicionalmente é celebrada em nossa diocese na manhã da Quinta-feira Santa. Nesta
missa, o bispo se reúne com seu presbitério e faz a consagração do Santo Crisma
e abençoa os óleos dos Enfermos e dos Catecúmenos.
O clero diocesano das 70
paróquias, distribuídas em 49 cidades, reúne-se na Catedral Santo Antônio neste
dia. Além do clero diocesano (secular), também participam desta celebração, os
padres que estão ajudando das diversas comunidades. Geralmente são padres
religiosos (regulares). Ao todo, estiveram em Campanha na manhã desta
quinta-feira, cerca de 110 sacerdotes.
A celebração foi presidida pelo
bispo diocesano D. Pedro Cunha Cruz e estiveram presentes os bispos eméritos D.
Diamantino Prata de Carvalho, ofm e D. Gulherme Porto, emérito da diocese de
Sete Lagoas e natural de nossa região.

Homilia episcopal
Em sua homilia Dom Pedro Cunha
Cruz dirigiu-se particularmente aos presbíteros, alertando-os da constante
necessidade de adaptação num mundo hodierno com rápidas e profundas
transformações. “Quando pensamos no centro de nossa existência sacerdotal,
nos cabe fazer uma pergunta crucial: O
que identifica a nossa vida de padres?” [grifos do autor]
Renovação das Promessas sacerdotais
Após a homilia, os sacerdotes
presentes são convidados a fazerem a renovação das promessas que um dia fizeram
no dia de sua ordenação presbiteral. O bispo realiza três perguntas aos padres:
se eles desejam renovar as promessas que fizeram; se eles renunciam a si mesmo
e confirmam o compromisso ministerial; se desejam ser distribuidores dos
ministérios de Deus. A cada uma dessas perguntas os sacerdotes confirmam,
respondendo em primeira pessoa: “Quero!”
Procissão, bênção e consagração dos óleos
Os santos óleos, utilizados nos
sacramentos do Batismo, Unção dos Enfermos, Crisma e Ordem, após a renovação
das promessas sacerdotais, são levados ao bispo. O bispo abençoa o óleo dos
Enfermos e dos Catecúmenos. E faz a consagração do Santo Crisma (utilizado nos
sacramentos da Ordem de da Confirmação). Antes de fazer a consagração, o bispo
prepara o óleo, misturando a ele o bálsamo, um perfume, para que o fiel, ao ser
ungido, tenha o ‘bom odor de Cristo’ (conforme diz São Paulo na segunda carta
aos Coríntios)
Durante a procissão do Óleos, o
Coral Campanhense entoa o tradicional canto “Ó Redemptor”
Redemptor sume carmen temet concinentium
Audi Judex mortuorum, Una spes mortalium, Audi voces proferentur donum
pacis praevium
Arbor foeta alma luce hoc sacrandum protulit, fert hoc prona praesens turba
Salvatori saeculi
Stans ad aram imo supplex infulatus pontifex debitum persolvit omne
consecrato Chrismate.
Consecrare tu dignare, Rex perennis Patriae, hoc olivum signum vivum, jura
contra daemonum.
O Redentor, recebe os cantos daqueles que te aclamam.
Ouve, Juiz dos Mortos, esperança dos homens, ouve a voz dos que tomam a
dádiva que antecede a paz.
Uma árvore viva com delicada luminosidade nos deu esta fruta que
consagramos, e a feliz multidão aqui presente a oferece ao Salvador do mundo.
Em pé diante do altar, suplicando, o pontífice com seus adornos repara
as dívidas com os óleos consagrados.
Comunicados oficiais
Antes da bênção final, D. Pedro
Cunha Cruz, dirigindo-se aos fiéis, realizou dois importantes comunicados para
a Diocese reunida na Catedral de Campanha

Na celebração desta quinta-feira,
foram nomeados para integrar o cabido diocesano: Pe. Bruno César Dias Graciano,
Pe. Marcos Antônio Menezes Thomaz, Pe. Sérgio Roberto Monteiro, Pe. Wanderlei
Procópio do Nascimento. Os novos cônegos serão diplomados no dia 13 de junho de
2018, solenidade de Santo Antônio, padroeiro da catedral.
Outro comunicado feito na Missa
Crismal foi a instituição da Escola Diaconal Diocesana São Lourenço Mártir.
Também foi promulgado o estatuto da Comissão dos Diáconos Permanentes da
Diocese de Campanha
Missa da Ceia do Senhor
No início da noite, D. Pedro,
presidiu a celebração vespertina da Ceia do Senhor. Concelebraram, pe. Luzair
Coelho de Abreu, pároco e chanceler do bispado e o frei Marcus Vinícius Andrade
dos Santos, Carmelita Mensageiro do Espírito Santo.
Esta celebração abre o Tríduo
Pascal e é o início dos acontecimentos do Mistério Pascal de Cristo Jesus. Tal
como celebramos hoje, a missa da Ceia do Senhor foi reintroduzida no calendário
litúrgico pelo Papa Pio XII, em 1955, sendo celebrada no início da noite, ou
pelo menos após às 16h.
Lava-Pés
Encontramos relato da realização
do Lava Pés, imitando o gesto de Jesus, na igreja primitiva. Desde o século IV
ele é descrito em todas as liturgias. Com a reforma do missal promovida por
Paulo VI, em 1970, o rito do Lava Pés tornou-se obrigatório em todas as
celebrações da Ceia do Senhor. Esse gesto de doação total feito por Jesus na
Última Ceia, abaixando-se e lavando os pés de cada um de seus apóstolos, deve
ser recordado e atualizado. Por isso, muitas comunidades optam por eleger
membros atuantes na comunidade para terem seus pés lavados. Como a igreja está
vivendo o ano do laicato, foram escolhidos membros de diferentes segmentos
pastorais para representarem os apóstolos da comunidade.
O Hino de Louvor
Na celebração da Ceia do Senhor,
já se pode cantar o Hino de Louvor (o Glória). Após 40 dias sem executar este
tradicional canto de nossa liturgia, os fiéis o entoam acompanhado pelo repicar
dos sinos da Catedral e das sinetas tocadas pelos coroinhas. É a marca que
estamos iniciando o tempo mais forte de todo calendário litúrgico.
Liturgia Eucarística e Transladação do Santíssimo Sacramento
Na sexta-feira santa é celebrado
nenhum sacramento na Igreja. Por isso, na celebração de quinta-feira, é
consagrado um número maior de hóstias, pois serão utilizadas tanto na missa do
dia quanto na Celebração da Paixão do Senhor (na sexta-feira, 15h).
Como é feita memória da
Instituição da Eucaristia na celebração, já se tornou um costume na Paróquia de
Campanha os fiéis receberem a comunhão sob as duas espécies.
Após o rito do Lava Pés, Jesus
está no Horto das Oliveira rezando e é preso. Inicia-se seu julgamento. Por
isso, durante a Liturgia Eucarística, não são mais utilizadas as sinetas pelos
acólitos e coroinhas. Ela são substituídas pela matraca, instrumento de madeira
com uma argola de ferro. Durante a quaresma e na Semana Santa, a matraca é
utilizada para indicar silêncio. Em Campanha, ela é utilizada na quinta e na
procissão de sexta-feira santas.

O canto Pange Lingua Gloriosi Corporis Mysterium, executado pelo Coral Campanhense, é um hino latino escrito
por São Tomás de Aquino para a solenidade de Corpus Christi. Nas cidades
históricas, o hino também é cantado na Quinta-feira Santa, durante o traslado
do Santíssimo Sacramento. A canção se refere à doutrina da Igreja sobre a
transubstanciação. Os últimos versos, cantados quando o Santíssimo já está na
capela, é composto do Tantum Ergum
(Tão Sublime)
Pange lingua gloriosi corporis
mysterium
sanguinisque pretiosi quem in
mundi pretium
Fructus ventris generosi rex effudit gentium.
Nobis datus nobis natus ex
intacta virgine
Tantum ergo Sacramentum veneremur
cernui:
et antiquum documentum novo cedat
ritui:
Praestet fides supplementum
sensuum defectui.
Genitori, Genitoque laus et
iubilatio,
Salus, honor, virtus quoque sit et benedictio;
Procedenti ab utroque compar sit
laudatio.
Cante, ó língua minha, este
mistério do glorioso corpo
Cujo precioso sangue que, para
redimir o mundo,
Do generoso fruto do ventre, o
rei das nações deixou fluir.
Dado a nós, nascido por nós, de
uma virgem imaculada.
Deixe-nos venerar,
prostrando-nos, este grande sacramento
E as antigas leis dão lugar a um
novo rito.
A fé serve para complementar aos
defeitos dos sentidos.
Ao Pai e ao Filho, louvores e
jubilações.
Saudações, glória e honra a Eles
e a bênção;
E louvor àquele que vêm dos dois.
Homilia
O pregador da Missa de Lava Pés,
foi o frei Marcus Vinícius Andrade dos Santos, carmelita Mensageiro do Espírito
Santo, residente na diocese de Santo Amaro, e que está auxiliando os padres na
sé de Campanha.
Tríduo Pascal
O Tríduo Pascal deve ser celebrado
pelos fiéis como uma celebração única, que começa na quinta-feira, tem
continuidade na sexta-feira, e sua conclusão com a Vigília Pascal. Você pode observar
isso ao final das celebrações: não há bênção final na quinta e na sexta-feira.
A grande bênção acontece na Solene Vigília Pascal.
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