menu superior

segunda-feira, 26 de março de 2018

Domingo de Ramos 2018



Domingo de Ramos em Campanha
Missa pontifical marca abertura da semana santa na Sé diocesana


Na manhã deste domingo, 25 de março, teve início solenemente a Semana Santa em Campanha, sé diocesana. A celebração foi presidida por D. Pedro Cunha Cruz e concelebrada pelo pároco, Pe. Luzair Coelho de Abreu e por Pe. Wendel de Oliveira Rezende, vigário paroquial e reitor do Seminário Propedêutico São Pio X.

A primeira parte da celebração foi realizada na igreja N. Sra. das Dores. Participou desse momento, o Coral Campanhense, entoando o “Hosana ao filho de Davi”. Também se fizeram presentes os Ministros da Comunhão, a irmandade do Santíssimo Sacramento, responsável pela organização das procissões da paróquia e os coroinhas da paróquia.



Em uma breve alocução aos fiéis, D. Pedro comentou o sentido da celebração: “Iniciamos hoje a Semana das semanas. E foi para ela que no curso desta Quaresma nos preparamos. Ela congrega todo sentido de nossa vida Cristã. [...] É chegada a hora! A liturgia tem essa graça de trazer para o presente, para o hoje da nossa vida, aquilo que aconteceu na vida de Cristo Jesus. A proclamação do Hosana significa a presença de Deus entre nós na pessoa de Jesus, amando-nos incondicionalmente, a ponto de oferecer esse mesmo filho para nos resgatar. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém é para não simplesmente celebrar a Páscoa antiga dos judeus, mas é para selar a nova, eterna e definitiva aliança.”

 


 

Após o convite presidencial, formou-se a procissão que percorreu as ruas da vetusta sé diocesana, acompanhada pela Banda Marcial Irmão Paulo.


 


Chegando ao adro da Catedral, o  Coral Campanhense entoou o tradicional canto ‘Glória, Laus’: Glória, Laus et honor tibi sit. Rex Christe Redemptor. Cui puerile decus prompsit hosana pium (em tradução livre: Glória, louvor e honra a ti, ó Cristo, Rei, Redentor. Para ti o cortejo de crianças canta Hosana). Após o canto o bispo bateu na porta principal da Catedral, que estava fechada, com a cruz processional, retomando antigo costume.

Na Catedral foi realizada a primeira Proclamação da Paixão e a Liturgia Eucarística. Cantou o restante da celebração, o Coral Catedral.

 

 





O Domingo de Ramos
Dentro da história, encontramos relatos da celebração da entrada de Jesus em Jerusalém no século IV. Nessa época não se costumava recordar a Paixão do Senhor. Esse costume se propagou para o Oriente e para a Península Ibérica, envolvendo regiões da Gália e da Espanha. Já em Roma, o costume era de ler o evangelho da Paixão no domingo que antecedia à Pascoa. Foi por volta do século XI, que a procissão de ramos se tornou costume na igreja romana.

A reforma litúrgica realizada pelo Concílio Vaticano II restaurou a ordem dos domingos da Quaresma e o último domingo da Quaresma ficou sendo chamado de Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. Uma das três formas prevista pelo missal e que é utilizada por quase todas as comunidades prevê que a celebração seja iniciada em outra igreja ou local apropriado. Neste local é realizada a bênção de ramos e a proclamação do evangelho que faz a narrativa na entrada triunfante de Jesus em Jerusalém. Após reflexão do celebrante, forma-se a procissão e todos se dirigem para a igreja onde a celebração terá continuidade. Ao chegar na igreja, tem início a Liturgia da Palavra. O evangelho é o relato da Paixão do Senhor, segundo o evangelho sinótico que proclamado durante o ano (em 2018, é o evangelho de Marcos). E a celebração transcorre como de costume com a Liturgia Eucarística e Ritos finais.

 

 

O Domingo de Ramos marca o início da etapa final da caminhada da Quaresma. A entrada de Jesus em Jerusalém, a partir do Monte das Oliveiras, é a reta final da sua caminhada, desde que deixou a Galileia. É também o início do grande desfecho de sua missão.

 





Homilia episcopal
Meus Caros sacerdotes, meus caros fiéis em Cristo. Conforme disse no início de nossa celebração na igreja das Dores, estamos iniciamos um momento tão esperado por cada um de nós, onde concluímos um período de renovação espiritual. Durante a Quaresma buscamos melhorar nossa relação com Deus e com os irmãos. O ponto central da liturgia de hoje é a proclamação da Paixão de Cristo Jesus. Por isso hoje é chamado de domingo de Ramos e da Paixão. Temos assim uma visão panorâmica de tudo aquilo que vamos celebrar, sobretudo no tríduo Pascal.

A morte é a hora da glorificação, como nós vemos domingo passado. Como Jesus é bom servo! Servo silencioso, sofredor. A liturgia, nos últimos domingos, foi nos preparando para esses últimos passos, para esse momento derradeiro de Jesus: no diálogo travado com Pilatos, a certa decepção que Jesus teve em relação àqueles que estavam próximos, mas que no momento da dor eles vão também dormir. Eles não foram capazes de serem fortes espiritualmente estar em comunhão com Jesus. Mas Jesus também, como um servo, sabe que pode entregar a sua causa nas mãos de Deus. E ele mesmo que vai conduzir esse momento como nós ouvimos ontem [Jo 11,45-56].

Os Ramos que nós erguemos e que foram bentos,  esses mesmos que nós viemos para saudar Jesus que entra de maneira Triunfante na Jerusalém, é exatamente o ramo do rito da condenação. Essas duas facetas: a natureza humana que ao mesmo tempo reconhece a grandeza da graça que Deus concede, enviando o seu filho como prova máxima, é também o sinal de pecado da humanidade que rechaça a auto revelação de Deus na pessoa de seu filho Jesus. Temos esses dois lados!


Temos esses dois lados até que o Senhor Jesus morreu. Para concluir a sua morte, e matar a própria morte, Jesus mata também o pecado, nos trazendo, portanto, a condição da graça, a condição própria dos filhos e filhas de Deus. Por isso a entrada de Jesus em Jerusalém como Messias. Ele é o portador da Paz e da salvação! Alguns estudiosos dizem que Jesus vai entrar pela porta leste. Para também cumprir a lei Judaica e celebrar a sua Páscoa; um tempo que significava para os Judeus um tempo de purificação. Antes da celebração da páscoa, todas as famílias subiam para o templo para depois celebrar a Páscoa com os seus.

Nós temos a imagem da chamada pax romana que se expressava pela violência, pelo domínio do Império Romano sobre o outro. E de outro lado nós temos uma paz messiânica, que é marcada, sem dúvida, pela humanidade, pela humildade, pelo serviço por parte de Jesus. São essas marcas que vocês observam. Jesus fala pouco no diálogo da Paixão do segundo Evangelista Marcos. Ele fala bem menos que nos outros evangelhos, mas as palavras que Jesus vai dizer são palavras acertadas, são palavras mais eficientes, necessárias para nós vermos nele a condição de Salvador e de filho de Deus. Por isso este ano que nós estamos celebrando como temática da Campanha da Fraternidade e a violência superação da violência. Aqui está a raiz. Jesus vai repreender Pedro quando ele quer se revestir de espada para tentar defender. E Ele  vai se surpreender também com a multidão que quer perseguir. O Messias, o portador da Paz quis trazer a paz, quis regenerar a natureza humana, quis apenas fazer o bem. Por isso Jesus não obtém a resposta de homem nenhum quando pergunta: “Mas se fiz mal, mostra-me onde está o erro”.




Mas nós queremos instaurar a cultura de paz.  Nós queremos, mesmo na contramão do mundo que nos dá uma cultura de violência de morte, sinais da vida do amor e da paz. Por isso muito mais do que os Ramos que nós carregamos em nossas mãos e levamos para as nossas casas, o motivo fundante é recordar o modo Triunfante de Jesus entrar na sua Jerusalém para estabelecer a paz, para nos resgatar. Nós devemos acolher o nosso senhor Jesus Cristo como uma resposta,  com nossas determinações interiores e também dos nossos propósitos, ou seja, para que não seja aquele propósito ruim, levado por uma mentalidade de uma multidão que vai contra Jesus, gritando para crucificá-lo. Não! Nós temos uma determinação interior e a nossa determinação, o nosso bom propósito que começou desde a quarta-feira de cinzas, significa não abrir mão desse valor, desse tesouro que a minha fé pautada na paixão, morte e ressurreição. Porque se morremos com Cristo, também somos convictos de que um dia viveremos e venceremos com Ele!

Campanha da Fraternidade
O Domingo de Ramos marca também o encerramento da Campanha da Fraternidade. Este ano o tema foi “Fraternidade e superação da violência”, tendo como lema “Em Cristo somos todos irmãos” (Mt 23,8). A proposta da CF este ano era propiciar aos fiéis uma reflexão sobre as diversas formas de violência que o brasileiro está sofrendo. Foi uma reflexão mais abrangente, não focando apenas em violência física, uma vez que hoje a violência está nos meios virtuais, nas filas que os aposentados enfrentam para receber sua aposentadoria mensamente, na corrupção dos políticos, enfim, em vários setores da sociedade. Superar todas as formas de violência é a meta desta Campanha da Fraternidade. A coleta realizada nas celebrações deste domingo é destinada ao Fundo Diocesano de Solidariedade.

A CNBB já definiu para 2019 o tema ‘Fraternidade e Políticas Públicas’ para a Campanha da Fraternidade

Anunciação do Senhor
Neste domingo de Ramos seria celebrada a solenidade da Anunciação do Senhor. Entretanto, a celebração do Domingo de Ramos tem precedência. E logo após a Semana Santa, inicia-se a Oitava da Páscoa. Então, excepcionalmente, essa solenidade foi transferida para a segunda-feira após a oitava, dia 9 de abril. 


Você acompanha a reportagem fotográfica completa, incluindo também vídeos, na fan page da Paróquia Santo Antônio, no link: https://www.facebook.com/paroquiasantoantonio.campanhamg/ 




Nenhum comentário:

Postar um comentário