Domingo de Ramos em Campanha
Missa pontifical marca abertura da semana santa na Sé diocesana
Na manhã deste domingo, 25 de
março, teve início solenemente a Semana Santa em Campanha, sé diocesana. A
celebração foi presidida por D. Pedro Cunha Cruz e concelebrada pelo pároco,
Pe. Luzair Coelho de Abreu e por Pe. Wendel de Oliveira Rezende, vigário paroquial
e reitor do Seminário Propedêutico São Pio X.
A primeira parte da celebração
foi realizada na igreja N. Sra. das Dores. Participou desse momento, o Coral
Campanhense, entoando o “Hosana ao filho de Davi”. Também se fizeram presentes
os Ministros da Comunhão, a irmandade do Santíssimo Sacramento, responsável
pela organização das procissões da paróquia e os coroinhas da paróquia.
Em uma breve alocução aos fiéis,
D. Pedro comentou o sentido da celebração: “Iniciamos hoje a Semana das
semanas. E foi para ela que no curso desta Quaresma nos preparamos. Ela
congrega todo sentido de nossa vida Cristã. [...] É chegada a hora! A liturgia
tem essa graça de trazer para o presente, para o hoje da nossa vida, aquilo que
aconteceu na vida de Cristo Jesus. A proclamação do Hosana significa a presença
de Deus entre nós na pessoa de Jesus, amando-nos incondicionalmente, a ponto de
oferecer esse mesmo filho para nos resgatar. A entrada triunfal de Jesus em
Jerusalém é para não simplesmente celebrar a Páscoa antiga dos judeus, mas é
para selar a nova, eterna e definitiva aliança.”
Após o convite presidencial,
formou-se a procissão que percorreu as ruas da vetusta sé diocesana,
acompanhada pela Banda Marcial Irmão Paulo.
Chegando ao adro da Catedral,
o Coral Campanhense entoou o tradicional
canto ‘Glória, Laus’: Glória, Laus et honor tibi sit. Rex Christe Redemptor.
Cui puerile decus prompsit hosana pium (em tradução livre: Glória, louvor e
honra a ti, ó Cristo, Rei, Redentor. Para ti o cortejo de crianças canta Hosana).
Após o canto o bispo bateu na porta principal da Catedral, que estava fechada,
com a cruz processional, retomando antigo costume.
Na Catedral foi realizada a
primeira Proclamação da Paixão e a Liturgia Eucarística. Cantou o restante da
celebração, o Coral Catedral.
O Domingo de Ramos
Dentro da história, encontramos
relatos da celebração da entrada de Jesus em Jerusalém no século IV. Nessa
época não se costumava recordar a Paixão do Senhor. Esse costume se propagou
para o Oriente e para a Península Ibérica, envolvendo regiões da Gália e da
Espanha. Já em Roma, o costume era de ler o evangelho da Paixão no domingo que
antecedia à Pascoa. Foi por volta do século XI, que a procissão de ramos se
tornou costume na igreja romana.
A reforma litúrgica realizada
pelo Concílio Vaticano II restaurou a ordem dos domingos da Quaresma e o último
domingo da Quaresma ficou sendo chamado de Domingo de Ramos e da Paixão do
Senhor. Uma das três formas prevista pelo missal e que é utilizada por quase
todas as comunidades prevê que a celebração seja iniciada em outra igreja ou
local apropriado. Neste local é realizada a bênção de ramos e a proclamação do
evangelho que faz a narrativa na entrada triunfante de Jesus em Jerusalém. Após
reflexão do celebrante, forma-se a procissão e todos se dirigem para a igreja
onde a celebração terá continuidade. Ao chegar na igreja, tem início a Liturgia
da Palavra. O evangelho é o relato da Paixão do Senhor, segundo o evangelho
sinótico que proclamado durante o ano (em 2018, é o evangelho de Marcos). E a
celebração transcorre como de costume com a Liturgia Eucarística e Ritos
finais.
O Domingo de Ramos marca o início
da etapa final da caminhada da Quaresma. A entrada de Jesus em Jerusalém, a
partir do Monte das Oliveiras, é a reta final da sua caminhada, desde que
deixou a Galileia. É também o início do grande desfecho de sua missão.
Homilia episcopal

A morte é a hora da glorificação,
como nós vemos domingo passado. Como Jesus é bom servo! Servo silencioso,
sofredor. A liturgia, nos últimos domingos, foi nos preparando para esses
últimos passos, para esse momento derradeiro de Jesus: no diálogo travado com
Pilatos, a certa decepção que Jesus teve em relação àqueles que estavam
próximos, mas que no momento da dor eles vão também dormir. Eles não foram
capazes de serem fortes espiritualmente estar em comunhão com Jesus. Mas Jesus
também, como um servo, sabe que pode entregar a sua causa nas mãos de Deus. E
ele mesmo que vai conduzir esse momento como nós ouvimos ontem [Jo 11,45-56].
Os Ramos que nós erguemos e que
foram bentos, esses mesmos que nós
viemos para saudar Jesus que entra de maneira Triunfante na Jerusalém, é
exatamente o ramo do rito da condenação. Essas duas facetas: a natureza humana
que ao mesmo tempo reconhece a grandeza da graça que Deus concede, enviando o
seu filho como prova máxima, é também o sinal de pecado da humanidade que
rechaça a auto revelação de Deus na pessoa de seu filho Jesus. Temos esses dois
lados!
Temos esses dois lados até que o
Senhor Jesus morreu. Para concluir a sua morte, e matar a própria morte, Jesus
mata também o pecado, nos trazendo, portanto, a condição da graça, a condição
própria dos filhos e filhas de Deus. Por isso a entrada de Jesus em Jerusalém
como Messias. Ele é o portador da Paz e da salvação! Alguns estudiosos dizem
que Jesus vai entrar pela porta leste. Para também cumprir a lei Judaica e
celebrar a sua Páscoa; um tempo que significava para os Judeus um tempo de
purificação. Antes da celebração da páscoa, todas as famílias subiam para o
templo para depois celebrar a Páscoa com os seus.
Nós temos a imagem da chamada pax romana que se expressava pela
violência, pelo domínio do Império Romano sobre o outro. E de outro lado nós temos
uma paz messiânica, que é marcada, sem dúvida, pela humanidade, pela humildade,
pelo serviço por parte de Jesus. São essas marcas que vocês observam. Jesus
fala pouco no diálogo da Paixão do segundo Evangelista Marcos. Ele fala bem menos
que nos outros evangelhos, mas as palavras que Jesus vai dizer são palavras
acertadas, são palavras mais eficientes, necessárias para nós vermos nele a
condição de Salvador e de filho de Deus. Por isso este ano que nós estamos
celebrando como temática da Campanha da Fraternidade e a violência superação da
violência. Aqui está a raiz. Jesus vai repreender Pedro quando ele quer se
revestir de espada para tentar defender. E Ele vai se surpreender também com a multidão que
quer perseguir. O Messias, o portador da Paz quis trazer a paz, quis regenerar
a natureza humana, quis apenas fazer o bem. Por isso Jesus não obtém a resposta
de homem nenhum quando pergunta: “Mas se fiz mal, mostra-me onde está o erro”.
Mas nós queremos instaurar a
cultura de paz. Nós queremos, mesmo na
contramão do mundo que nos dá uma cultura de violência de morte, sinais da vida
do amor e da paz. Por isso muito mais do que os Ramos que nós carregamos em
nossas mãos e levamos para as nossas casas, o motivo fundante é recordar o modo
Triunfante de Jesus entrar na sua Jerusalém para estabelecer a paz, para nos
resgatar. Nós devemos acolher o nosso senhor Jesus Cristo como uma resposta, com nossas determinações interiores e também
dos nossos propósitos, ou seja, para que não seja aquele propósito ruim, levado
por uma mentalidade de uma multidão que vai contra Jesus, gritando para
crucificá-lo. Não! Nós temos uma determinação interior e a nossa determinação, o
nosso bom propósito que começou desde a quarta-feira de cinzas, significa não abrir
mão desse valor, desse tesouro que a minha fé pautada na paixão, morte e
ressurreição. Porque se morremos com Cristo, também somos convictos de que um
dia viveremos e venceremos com Ele!
Campanha da
Fraternidade

A CNBB já definiu para 2019 o
tema ‘Fraternidade e Políticas Públicas’ para a Campanha da Fraternidade
Anunciação do Senhor
Neste domingo de Ramos seria celebrada a solenidade da
Anunciação do Senhor. Entretanto, a celebração do Domingo de Ramos tem
precedência. E logo após a Semana Santa, inicia-se a Oitava da Páscoa. Então,
excepcionalmente, essa solenidade foi transferida para a segunda-feira após a
oitava, dia 9 de abril.
Você acompanha a reportagem fotográfica completa, incluindo também vídeos, na fan page da Paróquia Santo Antônio, no link: https://www.facebook.com/paroquiasantoantonio.campanhamg/
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