
Sexta-feira da Paixão do Senhor
Fiéis de Campanha participam dos diversos ofício litúrgicos,
demonstrando sua fé
A sexta-feira da paixão é um momento de profundo silêncio e
meditação para os fiéis católicos. Neste dia é recordado o julgamento,
crucificação e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A liturgia
Dos ofícios realizados na
sexta-feira santa, somente a Celebração da Paixão do Senhor está inscrita na
liturgia católica. A Igreja antiga celebrava a Sexta-feira santa como
comemoração da morte do Senhor. Temos relato dessa celebração desde o século
IV. Foi o papa Pio XII, que, em 1955, introduziu a comunhão aos fiéis durante a
ação litúrgica. E o Vaticano II determinou que a celebração fosse realizada
sempre às 15h.
Em Campanha, a celebração foi
presidida pelo bispo diocesano D. Pedro Cunha Cruz e concelebrada por Pe.
Luzair Coelho de Abreu, pároco; e pe. Wendel de Oliveira Rezende, vigário e
reitor do seminário propedêutico São Pio X.
Nesta celebração, são proclamadas
duas leituras. A primeira, retirada do livro do profeta Isaías (Is 52,
13-53,12) apresenta o cântico do Servo de Javé, uma profecia sobre o Cristo
sofredor que assumiu nossas dores, curando-nos por suas chagas. A segunda
leitura é retirada da carta aos Hebreus (Hb 4, 14-16; 5, 7-9) e continua a reflexão
sobre o Servo de javé: ele é o sumo sacerdote, aquele que nos dá plena
segurança de nos aproximarmos do trono da graça.
O centro de toda liturgia da celebração é a proclamação da paixão. Durante a semana santa, a paixão é proclamada no domingo de ramos (retirada do evangelho sinótico do ano) e na sexta-feira. Neste dia a paixão é do evangelho de João, são os capítulos 18 e 19. Diferente do domingo de Ramos, esta proclamação não admite versão breve (versão resumida).
O pregador da celebração foi o
pároco da paróquia Santo Antônio, Pe. Luzair Coelho de Abreu.
A adoração da cruz
Após a homilia, tem início a Oração Universal. A igreja abre os braços e o coração para realizar uma oração de intercessão pela salvação do mundo.
Em seguida, D. Pedro dirigiu-se à
porta central da Catedral para realizar a apresentação da cruz aos fiéis, cantando
três vezes “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo.” A
assembleia, auxiliada pelo Coral Catedral que entoou as canções da celebração,
respondeu: “Vinde, adoremos”. O rito da apresentação e adoração da cruz vem com
consequência lógica da proclamação da paixão de Cristo. A Igreja ergue diante
dos fiéis o sinal do triunfo do Senhor, que havia dito: “Quando vocês
levantarem o Filho do Homem, saberão que Eu sou” (Jo 8,28)
Comunhão
Na celebração da Paixão do
Senhor, não há realização da Liturgia Sacramental. É realizado o rito da
comunhão com as hóstias que foram consagradas na quinta-feira santa. Após a
comunhão, o bispo faz uma oração e se despede da Assembleia. Não há bênção. O Tríduo
Pascal é como se fosse um dia, que iniciou na quinta, e vai ser encerrado no
sábado, na Solene Vigília Pascal. Há uma continuidade, por isso não há bênção nem
na quinta, nem na sexta.
O silêncio permanece até o sábado
quando Jesus é proclamado Ressuscitado dentre os mortos.
Via Sacra
É comum em muitas cidades a
realização de uma Via Sacra na parte da manhã deste dia. Em Campanha, há cerca
de 15 anos, a Via Sacra é realizada no formato de quadros vivos, o que
possibilita que os jovens responsáveis, e sobretudo os fiéis presentes, tenham
maior vivência de como foi a Paixão de Cristo. Nos últimos anos, os movimentos
do EAC e EJC que assumiram a realização da encenação. Nas estações da Via-Sacra são meditados os
textos propostos pela CNBB para a Campanha da Fraternidade (este ano o tema foi:
Fraternidade e superação a violência; e o lema: ‘Em Cristo, somos todos irmãos’
(Mt 23, 8).

Esta celebração dramática, para
os fiéis, é o ponto alto da Semana Santa. Liturgicamente, a celebração mais
importante é a Vigília Pascal no sábado.
É montado um cenário com a
representação do Calvário, com o Senhor crucificado, os ladrões, e os personagens
que estavam com Jesus no momento: Maria, Madalena, Verônica e São João. Além
destes compõem o cenário homens que representam Nicomedemos, aquele que tirou o
corpo de Cristo da cruz.
O sermão do descimento da cruz
este ano foi proferido pelo magnífico reitor do Seminário Filosófico N. Sra.
das Dores e vigário da paróquia Divino Espírito Santo de Cristina, Pe. Edson
Pereira de Oliveira. Você pode conferir a íntegra do sermão no vídeo abaixo.
Após a retirada de Cristo de sua
cruz, ele é colocado em um esquife funerário e forma-se a procissão com o
Senhor Morto, um simulacro do enterro de Jesus pelos fiéis.
O Coral Campanhense acompanha a
procissão entoando três cânticos, em cada um dos passos da Semana Santa, que, para
esta procissão, permanecem fechados. Este ano, as senhoras Elza Roseli e Ana Basiliça
entoaram o canto da Verônica. Este cântico tem sua inspiração no livro das Lamentações
1,12:
O vos omnes qui transitis per viam, attendite, et
videte si est dolor similis sicut dolor meus.
Oh vós todos que
passais pela via (pelo caminho), vinde e vede: se há dor semelhante à minha!
Heu! Domine, Salvatore
noster
Senhor, nosso Salvador
Pupille facti sumus absque patre, matres nostræ
viduæ.
Órfãos, fomos privados de nosso pai e nossas mães são como viúvas.
Chegando à catedral, o Coral
entoa o canto Sepulto Domino
Sepulto Domino,
signatum est monumentum, volvente lapidem ad ostium monumenti, ponentes
milites, qui custodirent illum.
Tendo sido sepultado o Senhor, foi selado o sepulcro e rolaram uma
pedra à entrada do túmulo e puseram soldados para guarda-lo
E você pode acompanhar toda cobertura da Semana Santa 2018 da Paróquia Santo Antônio, acessando a fan page pelo link https://www.facebook.com/paroquiasantoantonio.campanhamg/
Nenhum comentário:
Postar um comentário