Formatura do Instituto Filosófico São José
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Seminarista Edson com seu padrinho, Pe. Ednaldo Barbosa (pároco em Três Pontas - N. Sra. d'Ajuda) |
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Seminarista João Paulo com seu padrinho, pe. Reginaldo Oliveira (Administrador Paroquial em Três Corações - Sagrado Coração de Jesus) |
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Seminarista Paulo César e seu padrinho, pe. Antônio Claret de Carvalho (Administrador Paroquial em Soledade de Minas) |
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Seminarista Erick com seu padrinho, Pe. Aluísio Gustavo Dias (pároco em Cambuquira) |
A manhã desta sexta-feira foi especial
para os seminaristas formandos. Após 3 anos de estudos, eles concluíram o curso
livre de Filosofia, segunda etapa formativa para o sacerdócio. A celebração,
realizada na capela do Sion, foi presidida pelo bispo diocesano D. Pedro Cunha
Cruz, concelebrada pelo bispo emérito D. Diamantino Prata de Carvalho, ofm,
pelos reitores das casas de formação da diocese: Pe. Carlos Henrique Paiva
(Seminário N. Sra. das Dores – filosofia), Pe. Sérgio Roberto Monteiro
(Seminário N. Sra. do Carmo – teologia) e Pe. Edson Oliveira (Seminário São Pio
X – propedêutico); além de diversos padres da diocese.
O ano era 2103 quando os jovens Edson
Cassiano Lopes (natural de Baependi), Erick de Oliveira e Silva (Jesuânia),
João Paulo Gonçalves de Carvalho (Conceição do Rio Verde) e Paulo César Teixeira
(Careaçu) iniciaram sua caminha de formação, ingressando no Seminário
Propedêutico São Pio X. No ano seguinte, 2014, ingressaram no Seminário Nossa
Senhora das Dores para cursarem o curso de filosofia, mantido pelo Instituto
Filosófico São José. Juntamente com os estudos obrigatórios, os seminaristas
também iniciaram o estágio pastoral nas algumas paróquias de nossa diocese,
podendo entrar em contato com a realidade humana e religiosa do povo que forma
a esta Igreja Particular.
A Homilia de Dom Pedro
“O saber filosófico é, sem dúvida alguma,
o apontar o caminho para a sabedoria, como ser sábio. Existe uma figura da
sabedoria tanto na cultura ocidental grega, como também a presença da sabedoria
em Israel. No fundo, no fundo, não são dois caminhos separados. Mas aquilo que
Deus dispôs na natureza humana, e que, portanto, encontraram caminhos
diferentes, ou pelo menos semelhantes ou paralelos, na busca da mesma verdade.
E é exatamente essa sabedoria que nós estamos esperando para celebrar
liturgicamente essa memória histórica. O que nós esperamos é o Verbo encarnado!”

“Então, vocês vão começar agora, caros
formandos, um pensar teológico, depois de terminarem um pensar filosófico. E
pensar teologicamente a fé, é realizar uma futura síntese da nossa própria fé e
a razão. Viver essa experiência que os clássicos chamavam de “fides quærens intellectum”. É uma fé que
não vai jogar fora a filosofia que vocês receberam como formação. Pelo
contrário: a teologia vai sempre reivindicar essa sólida formação filosófica.
Eu até dizia quando era professor na PUC/RJ, que o autêntico teólogo, é aquele que
consegue pensar teologicamente os princípios da fé, é aquele que teve uma
sólida formação filosófica.”

“Lembro aqui Santo Agostinho e São
Boaventura: eu preciso dessa reflexão filosófica para que eu possa continuar
crendo, para que essa reflexão me ajude no ato de fé. Nós não podemos pensar na
teologia como sendo o descarte da filosofia. Mas uma filosofia de inspiração
cristã que está também aberta aos princípios da fé. E necessita e precisa dessa
fé para que ela possa ter, então, a resposta a tudo aquilo que ela não consegue
alcançar. Onde está o início de uma está o princípio da outra.”
“Não poucas vezes, a racionalidade
moderna nasce do confronto dialético dos dois universos: fé e razão, como nós
estamos presenciando hoje; quando vi um jornalista comentar a questão do
aborto: ‘agora o Brasil não pode mais fugir do debate em nível nacional. E nós
temos que afastar qualquer tipo de concepção religiosa que impeça essa
discussão ou esse avanço’. A teologia como tal nunca quis fugir desse debate!
Ela quer esse diálogo de maneira científica! A teologia como tal, nunca quis
fugir desse debate. Ela quer esse diálogo de maneira científica porque
entendemos que a teologia ou a própria religião não pode ficar de fora desse
estudo, pois o objeto deste é a própria vida. A fonte e o princípio dessa vida
é o próprio Deus! Então como a religião ficar de fora quando se toca naquilo
que é o sacrário inviolável do que Deus pode conceder ao homem que é a vida?
Então significa uma postura pouco científica de tentar expurgar a teologia, a
própria religião e a fé como um todo desse debate.”

“Termino minha reflexão resgatando uma
frase de Pascal: “é diferente a demonstração, portanto, entre a fé e a razão. Esta
razão/demonstração é humana e aquela é um dom dado por Deus”. E aí está essa
possível conciliação na aceitação. Vocês agora terminam uma etapa, de uma
estruturação muito mais humana e racional. [...] É importante fazer essa reflexão
nesse momento de passagem de uma etapa para outra. Então, gostaria muito que
vocês continuassem essa estruturação da busca racional dos princípios fé com
essa reflexão. [...] Que nossa casa de formação, possa ser uma casa de um saber
racionalmente estruturado, humanamente elaborado, mas que seja também uma casa
onde todos nós possamos perceber fé como
um dom que vem iluminar toda razão autêntica que afirma a existência de Deus.”
A formatura
Após
a bênção final, iniciou-se o ato cívico de entrega dos certificados aos
formandos. Pe. Carlos Henrique, reitor do seminário filosófico dirigiu aos
formandos algumas palavras, ressaltando a importância do saber filosófico para
a formação humana e vocacional do seminarista.

Os
certificados foram entregues por D. Pedro, eleito pelos formandos, o paraninfo
da turma.
Texto: Flávio Maia - PASCOM/Campanha

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