Dedicação da
Catedral de Campanha
“Vós como pedras
vivas, formai o verdadeiro templo espiritual do Senhor” (1 Pd 2, 5)
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Cátedra episcopal |
Na
noite de sexta-feira, dia 27 de janeiro, o vigário paroquial e reitor do
seminário propedêutico, Pe. Edson Pereira de Oliveira, presidiu a Solenidade da
Dedicação da Catedral de Campanha. Esta missa é considerada solenidade em
Campanha, e festa litúrgica nas demais paróquias de nossa diocese. A dedicação
da Catedral ocorreu em 28 de janeiro de 1957 (há 60 anos), quando o segundo
bispo diocesano, o franciscano D. Inocêncio Engelke, celebrou seu jubileu de
ouro sacerdotal.
A Igreja Catedral
A
catedral é o templo que está a cátedra do Bispo, que é o sinal do magistério do
pastor da diocese, bem como sinal de unidade dos crentes naquela fé que o Bispo
anuncia como pastor do rebanho. Ela deve ser considerada como imagem figurativa
da Igreja visível de Cristo, que reza, canta e adora; deve, consequentemente,
ser vista como a imagem do seu Corpo místico, cujos membros estão juntos e ao
mesmo tempo, espalhados pelas paróquias que compõem esta porção do Reino de
Deus. Neste sentido, a igreja catedral deve ser considerada como o centro da
vida litúrgica da diocese.
A
catedral de Campanha, teve sua pedra fundamental abençoada em 21 de janeiro de
1787. É o segundo templo dedicado a Santo Antônio. O primeiro, estava
localizado pouco abaixo de onde se encontra a catedral. Levou 35 anos para ser
terminada e foi abençoada em 31 de março de 1822. Entretanto, a conclusão das
torres só ocorreu em 1871. Em 19 de setembro de 1909, data da sagração
episcopal de Monsenhor João de Almeida Ferrão, primeiro bispo da Diocese da
Campanha, a Matriz tornou-se Catedral. Ao longo de sua história, o templo
sofreu várias intervenções arquitetônicas, sendo mais relevante, a reforma de
1925, que alterou o estilo das torres e a de 1948, que alterou a nave central,
abrindo os arcos laterais, revestindo o piso de mármore e construindo a cripta
para sepultamento dos bispos campanhenses.
Em
28 de julho de 2013, a catedral foi fechada para restauro, onde foram trocados
forro, telhado, corrigidos problemas estruturais, implantação de novo sistema
de som, pintura interna e externa, restauro das peças sacras e todos os
altares, colocação de novo calçamento nos passeios laterais, e também a reforma
do salão paroquial. A Catedral foi reaberta para os ofícios litúrgicos no dia
25 de março de 2015, solenidade da Anunciação do Senhor.
Medidas:
Comprimento: 75m; largura: 25m; altura: 36m; nave central: 17m; espessura das
paredes: 1,8m (paredes são de taipa)
Solenidade da Dedicação
A
celebração do aniversário da dedicação da Igreja Catedral, contribui para realçar
a importância e dignidade da Igreja particular ou Diocese. O espaço celebrativo
é o lugar onde acontece a ação litúrgica da assembleia cristã. Este espaço é a
casa da Igreja, o espelho da própria assembleia reunida. O vocábulo “catedral”
deriva do grego “Káthedra”, que se
traduz como “cadeira” do bispo. No latim, a expressão “ecclesia cathedralis” é utilizada para designar a igreja que contém
a cátedra oficial de um bispo. O adjetivo cathedra foi ao longo dos tempos
assumindo o caráter de substantivo. Hoje é o termo mais comumente utilizado
para designar estas igrejas. A designação “ecclesia
cathedralis” foi aparentemente utilizada pela primeira vez nos atos do
Concílio de Tarragona em 516. Outra designação que era utilizada para “ecclesia cathedralis” era “ecclesia mater”, ou “Igreja-Mãe”,
indicando-se assim que esta seria a Igreja “Mãe” da Diocese.
Nos
primeiros séculos do cristianismo, a cátedra foi objeto de muita veneração. No
século II, Tertuliano aconselhava os cristãos a visitar as igrejas apostólicas onde
haviaas cadeiras dos apóstolos. Santo Agostinho, no século V, destacava a
importância das comunidades cristãs que mereceram possuir as sedes dos
apóstolos e receber suas epístolas.
Esta
veneração levou a dedicar festas especiais para honrar a cátedra de São Pedro
em Roma e em Antioquia, veneração esta que continuou para as cátedras dos
bispos, sucessores dos apóstolos. Daí a importância que adquiriu a igreja onde
estava a cátedra do bispo. Em todas as dioceses do mundo, a catedral é lugar de
referência da fé, e lugar sagrado onde os fiéis de uma igreja particular se
reúnem especialmente por alguma significativa celebração para exprimir e
proclamar a própria fé é a própria unidade em Cristo. A catedral é o centro
eclesial e espiritual da Diocese. A catedral é o símbolo visível da unidade de
toda a comunidade cristã.
O acendimento das velas

A Homilia
“No
dia em que dom Inocêncio consagrou esta igreja. Ele consagrou não só aquele
altar que está no fundo de nossa Catedral [referindo-se ao altar-mor, de Santo
Antônio], mas também cada uma das cruzes que estão dispostas ao redor da nave e
do presbitério deste templo. Estas cruzes foram aspergidas, ungidas com o óleo
do santo crisma para lembrar as colunas que sustentam a verdadeira igreja de
Cristo. Ou seja, o templo maravilhoso que nós temos aqui em Campanha, é sinal
para nós do templo espiritual que vem de Deus. A Igreja é o corpo de Cristo e
esta igreja tem o alicerce que é os apóstolos.”
“Ela
é bela não só pela sua arquitetura, mas sobretudo pelo seu simbolismo. Amanhã
[dia 28 de janeiro], todas as missas, até o pôr-do-sol, lembrarão desta igreja,
mas não só do templo, mas também desta porção do Sul de Minas. Que coisa bonita:
nenhuma outra paróquia, é celebrada em outra data. Somente esta Catedral. Ela é
a igreja principal, a igreja mãe, onde está a cátedra, a cadeira, de nosso
bispo, de onde ele governa e pastoreia seu rebanho. Nós estamos celebrando hoje
não só a igreja material, que com a sua ajuda, foi totalmente restaurada; e
mais do que isso, celebramos hoje, também, a Igreja espiritual, que é todo povo
de Deus da nossa diocese de Campanha, sob o pastoreio de nosso bispo”
“Somos
convidados a compreender uma realidade que é mais profunda. Se nós estamos
celebrando a igreja material, que simboliza a igreja espiritual, nós somos
parte desta igreja. Nós somos a matéria-prima que sustenta as suas paredes.
Então, eu tenho que me sentir igreja, eu tenho que me sentir parte, tenho que
me sentir pertencente. A igreja não é feita somente das suas colunas. Se
houvesse apenas as colunas, ficaria um grande vazio. Mas o povo de Deus vai
preencher todas as lacunas. É o povo que faz a igreja estar unida e ser capaz
buscar a presença de Deus. Celebramos hoje o seu povo, estamos celebrando os
seus pastores, principalmente nosso bispo D. Pedro, e também o clero desta
diocese. ”
“Isto
muito mais que motivo de glória, deve ser para nós motivo de responsabilidade.
Se aqui está a igreja-mãe, aqui está também o povo mais próximo. E quem está mais
próximo da mãe, recebe mais ensinamento. E acima de tudo uma compreensão é
importante para nós: não só esta igreja é templo material, não só esta igreja é
templo espiritual; que não somente eu faço parte desta igreja, mas que eu
também sou santuário desse mesmo Deus que habita em nosso meio. E ao
celebrarmos a dedicação desta catedral, esta igreja-mãe, nós também temos a
certeza de que Deus habita em nós, pela ação de seu espírito. E assim, como nós
somos parte desta igreja, iluminada pela vela dos apóstolos, somos chamados a
sermos sinal de conversão e questionamento, e acima de tudo, sinal de salvação
para todos. ”
Confira
a íntegra da homilia acessando o link abaixo:
Fonte: PASCOM – Paróquia
Santo Antônio
Reportagem fotográfica
completa na fan page da paróquia